sexta-feira, 10 de julho de 2009

Por onde anda Deus ?

Porque as explicações científicas fascinam mas testam nossa capacidade de aceitação ?
A resposta é simples: uma explicação científica para um fenômeno qualquer acaba com toda a ilusão da crença e da tradição. 
Giordano Bruno, Galileo e Darwin que o digam. O primeiro foi queimado vivo, alegadamente por prática de bruxaria, mas, na verdade, o que botava medo na Igreja eram suas teorias sobre um universo infinito e um princípio de heliocentrismo. Galileo, como todos sabem, entrou para a história por um consolo menos corajoso que Bruno: "...per se muove". Para finalizar, Darwin matou Adão, Eva, Caim, Abel (este, mais uma vez, apenas) e toda a família com a sua "Origem das Espécies" e, coitado, foi excomungado.
Recentemente, Watson e Crick apresentaram o modelo do DNA e tornaram totalmente sem graça qualquer tentativa de refugar Darwin. E, atualmente, Richard Dawkins tem sido, não só um evolucionista capaz de calar os argumentos de místicos e religiosos de forma contundente demais para que estes não tornem a questão como pessoal, como um belo incorporador da genética na teoria de Darwin e colocar as espécies num segundo plano, pois, segundo ele, o que manda mesmo neste mundo são os códigos genéticos. Todo corpo, para Dawkins, inclusive o meu e o seu, é um hospedeiro, uma forma adaptativa que faz os genes sobreviverem. Faz sentido, já que os indivíduos morrem e os genes atravessam gerações. Mas que tornou a vida extremamente desinteressante, se analisada unicamente sob este prisma, ahhh...isso ele conseguiu.
Não é muito difícil olhar para seu corpo e aceitar que ele está sendo somente um veículo para os genes, aquele montulho de DNA, crescerem, sobreviverem e se multiplicarem ?
Outra teoria que deixou muita gente triste foi de um astrônomo e biólogo, cujo nome agora me foge completamente à lembrança, que afirmou que as chances de se encontrar um outro planeta com as condições de abrigar vida como na Terra é muito remota. Muito mais remota que o previsto por Carl Sagan, que apresentou um modelinho probabilístco interessante, levando em consideração o fator tempo para defender a existência de alguma outra civilização no Universo. Este outro cidadão elencou uma série de outros fatores, desde a concentração de alguns gases na Terra que possibilitaram o surgimento de vida, até o formato do escudo protetor que o cinturão de asteróides que envolve Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, somente, exerce para evitar choques constantes e desagradáveis de outros corpos celestes com o Sol e os sortudos quatro planetas mencionados. Tudo isso para dizer que a vida na Terra é uma possibilidade tão remota quanto ganhar duas vezes na Mega-Sena em duas semanas consecutivas, sozinho.
Não liquida totalmente com o charme de acreditarmos em seres de outros planetas ? 
Pois é, colegas humanos, estamos sozinhos no Universo, abandonados a uma série de regras da Física e da Química, que vem nos protegendo há alguns milhares de anos, e ainda por cima, não passamos de invólucros de substâncias químicas replicantes.
Ciência é chata, mas crença é complicada. Por exemplo, no caso da evolução das espécies conjugada com a "exclusividade" que temos de fazer parte de uma civilização única no Universo, a ciência me trouxe quietude em relação a uma questão complicada: se Deus existe porque criaria, ou na pior das hipóteses, seria um bom administrador da evolução dos homens, e, ainda por cima, trabalharia exclusivamente para nós, homens ?
Porque Deus se importaria tanto conosco se tem tanta coisa para cuidar num Universo infinito ?
Muito agnóstico ? Muito ateu ? Muito reducionista ?
Sem dúvida. É ótimo conhecer pensadores científicos. Mas não é difícílimo apenas ler a frase abaixo:
Deus não existe.
É mais confortável acreditar que Ele existe.
Já o que anda fazendo com o enorme Poder a Ele atribuído, isso sim, é difícil de entender e até de acreditar. Mas os tempos pedem que demos um crédito a Ele. 
Só que seria muito bem-vindo um sinal claro de que Ele anda preocupado com o bicho-homem.

Um comentário:

  1. Você é bobo, feio e chato. Uma coisa é saber de tudo isso, outra é juntar todas as idéias e conceitos na construção de um teorema. Como disse, você é bobo, feio e chato.

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