sexta-feira, 3 de julho de 2009

Carl Palmer

Carl Frederick Kendall Palmer nasceu em 1950, portanto, está com 59 anos, e continua sendo um dos bateristas mais admirados do mundo. Do rock ? Sim. Mas também do jazz, de influências clássicas e de clínicas mundo afora. Sua técnica é única. Seu vigor já foi comparado ao de Keith Moon ( baterista legendário do The Who) e também aos das "blitzkrieg" alemãs. 
E é dos poucos músicos de primeiro time que consegue deixar o ego dos outros músicos rendidos. Outros bateristas reverenciam Palmer. Os museus e casa de culto ao Rock só possuem relíquias de Carl Palmer doadas por outros, nunca por ele mesmo. Os ex-colegas Dave Greenslade, Greg Lake e Jonh Wetton , entre eles. Mas o maior cultuador de Carl Palmer é um improvável Ringo Starr, que já comprou várias baterias usadas em shows do ELP, e as doou. Ringo gravou "covers" de Palmer, apesar de estilos muito distintos, e até de grande distância de recursos técnicos e não esconde que Carl Palmer é sua referência.
Palmer nasceu em uma região agrícola da Inglaterra, filho de um pai que era "one-man-show", daqueles que sozinho toca violão, gaita, bate bumbo e dança, e de uma mãe violinista. Começou, acreditem, no violino, aos 7 anos. Aos 12 desistiu e foi para a bateria. Mas teve professores de primeira, como o lendário Buddy Rich. Aos 18 já gravava, curiosamente com uma banda cujo líder tinha medo de voar de avião. Durante uma turnê pelos Estados Unidos, Palmer ficou preso em Nova Iorque por 3 meses, por causa desta fobia do colega. Juntou-se ao Atomic Rooster em 1968.
Mas, em 1969, tudo mudaria. Após Woodstock, a Inglaterra tinha que fazer um evento do mesmo porte. E foi o Festival da Ilha de Wight. Greg Lake, insatisfeito no King Crimson, conversou com Keith Emerosn, que era do Nice, para fazerem um show apenas e convidaram Carl, 5 anos mais novo que ambos. O então garoto titubeou, já que o Atomic Rooster vendia bem. Depois de duas jam sessions e do show marcante no festival, estava formado o grupo, sem nome, e que por isso recebeu os sobrenomes dos três músicos.
O primeiro álbum arrebentou nas vendas, mas surgiram problemas, a seguir. Keith Emerson compôs uma música, chamada Tarkus, de cerca de 20 minutos de duração (um lado inteiro de um LP antigo de vinyl) que tinha tantas variações de compasso, velocidade e sons que Carl Palmer pensou em sair do grupo. Greg Lake, que daí em diante faria sempre o papel de equilibrar os egos de Emerson e Palmer, convenceu-o de ficar com duas musiquinhas bestas no lado B, Jeremy Bender e Are you ready, Eddie ?
Mas o que fez o álbum vender foi Tarkus e a performance de Palmer lhe valeu reconhecimento mundial imediato. Seguiram-se os bons Pictures at an Exhibition, sobre a peça de Mussorgski, Trilogy e Brain Salad Surgery. Este último, embora não tão bem recebido pela crítica, traz um Palmer simplesmente inacreditável. Todos os analistas acharam que o que se ouvia no disco era fruto de recursos eletrônicos, até que a turnê começou e o baterista assombrou o mundo com seus recursos e um conjunto de tambores e pratos gigante e inédito.
Daí para frente o ELP começou a afundar. Sinal de morte para os músicos ? Quase. Lake se virou meio sozinho, Emerson se juntou a Lake duas vezes e tentou ir para o clássico. Mas Palmer ressurgiu brilhante no Asia, ao lado de Steve Howe e Geoff Downes que vinham do Yes, e John Wetton, que vinha do King Crimson. O som do Asia, bem mais pop de tudo o que estes músicos já tinham feito, caiu no gosto popular, a ponto de muitos dizerem que foi o "som do ano de 1982". O ego de Howe não coube no grupo. E Palmer saiu dois álbuns depois, alegando estar interessado em se desenvolver na música clássica. E mandou bem: juntou-se à Filarmônica de Londres como diretor de percussão.
E, no início da decada de 1990, veio o renascimento do ELP. Durou três discos e muitos shows, mas alguns problemas, e o pior deles, as tendinites, ao mesmo tempo, nos dedos de Emerson e nos punhos de Palmer. As cirurgias simultâneas encerraram o ELP 2.0, mas aproximou Emerson e Lake, ambos maratonistas por hobby e que fizeram fisioterapia juntos.
Hoje, Palmer roda o mundo com uma banda formada por ele, relembrando clássicos do ELP, além das clínicas e da colaboração com o clássico. Aos 59, ainda ensaia e treina ao menos 90 minutos por dia.
Quando perguntaram a Lake e Emerson porque não se incomodavam que Palmer estivesse tocando músicas do trio mundo afora sozinho, a resposta foi a mesma: ele era o único de nós três que era insubstituível.
Palmer foi o baterista que impôs seu estilo por onde passou. 

2 comentários:

  1. Na época era uma tortura, eram raras as filmagens dos shows, eu também achava que ele usava sintetizadores de percussão. Hoje o Youtube resgata essas lembranças.
    Por falar nisso, o ELP motivo de estudo em escola de música, veja só:
    http://www.youtube.com/watch?v=1e0rw7PGv7A

    ResponderExcluir
  2. Alfeu..depois de seu comentário é que me dei conta que seus barcos normalmente se chamam "Tarkus" ! Obrigado pela dica. Vou vasculhar o Youtube atrás de vídeos relacionados.
    O Keith Emerson é outro gênio, inclusive foi o grande introdutor dos Moog...

    ResponderExcluir