domingo, 5 de julho de 2009

Meu personal "hit parade"

Tenho o hábito de ouvir música direto do computador. Desde que adquiri uma máquina bem atual e poderosa, além de uma qualidade de som razoável, o tradicional "aparelho de som" ficou praticamente inútil em minha casa.
Obtenho as músicas de duas formas: baixando-as pela web ou de CD's. O resultado é que meu acervo no computador está gigantesco. Para ouvi-las, oranizo as músicas em listas que acho que combinam com algumas necessidades. Por exemplo, tenho duas listas chamadas "para dormir", com muito instrumental, muitas clássicas e "new age". Outra lista chama-se "dance", embora não seja exatamente dançante, está repleta de músicas das décadas de 80 e 90, digamos, movimentadinhas.
Pois bem, resolvi em uma outra lista classificá-las pelas mais ouvidas. O programa que uso classifica a música pelo número de vezes que a escutei. E, tive algumas surpresas, outras nem tanto, mas resolvi repassar neste texto pois acredito que o tipo de música apreciado diz muito sobre algumas características da pessoa, que, neste caso, sou eu mesmo. Então vamos lá.
A mais ouvida chama-se World Before Columbus, de Suzanne Vega. Esta é uma cantora e compositora que teve dificuldade de se posicionar. Suas letras são politizadas e engajadas mas ela é mais conhecida pelas melodias mais ingênuas. Foi assim com Luka, que tocou ad nauseam em rádios FM dos fins da década de 80. Todo mundo dançava a musiquinha em boite e não se dava conta de que a letra era uma denúncia sobre a violência doméstica contra criancas. 
Em World Before Columbus, Vega canta uma história de amor, com arranjo acústico e simples mas uma melodia inspiradíssima.
Em segundo lugar vem Siberian Khatru, um clássico do Yes do álbum Close to the Edge, de 1972. O perfeito entrosamento da bateria de Bill Bruford e o baixo de Chris Squire é, para mim, um momento único deste dinossauro do progresivo.
Em terceiro, vem Windswept, de Bryan Ferry, do mesmo álbum do mega-sucesso Slave to Love. A sonoridade oriental de Winswept sempre me cativou. Brian Ferry teve seu melhor momento neste álbum, Boys and Girls, e esta faixa é de uma sensibilidade única.
Em quarto vem uma música incidental, Horizons, tocada pelo Steve Hacket no álbum Foxtrot, do Genesis. Trata-se de uma peça pequena, bonita, e cheia de harmônicos nas cordas de um violão de nylon normal. Muito consumível.
Em quinto vem Clarity, do atual xodó norte-americano John Meyer. Gosto do estilo dele, mas esta canção tem um refrão em coro de arrepiar. Infelizmente, já foi descoberta pelo Esporte Espetacular e quando mostram histórias de alegria ou sucesso ligadas ao esporte, os sonorizadores da Globo abusam de Clarity.
Em sexto tem um escorregão. Watermark, da Enya. Acho muito chata, mas deve ser resultado das listas "para dormir"
Em sétimo aparece uma música desconhecidíssima chamada Mona Lisa de um sujeito mais desconhecido ainda chamado Chris Clouse. Descobri que este artista gosta de divulgar suas músicas pela web. Elas quase não aparecem para download freeware e o CD físico não existe. Mas trata-se de um techno-pop muito interessante.
Em oitavo está a clássica Jump, do Van Halen....só que na versão acústica do Aztec Camera. Essa é conhecidíssima. Mas a minha preferência pela versão acústica deve significar que não sou um Sagitário tão característico. 
Em nono está Solsbury Hill, do primeiro álbum solo de Peter Gabriel. Uma base em ostinato e o vocal inconfundível de Gabriel formam uma das canções mais bonitas que o extra-classe inglês já compôs.
Fechando as "dez mais" aparece Teardrop, do Massive Attack com o Portishead. Um techno-lounge lindo, conhecido como trilha de abertura do seriado House.
Pegaram o espírito da coisa ? Vale lembrar que nas 25 primeiras aprecem o álbum Tubular Bells, de Mike Oldfield, uma peça de Grieg e o Bolero de Ravel.
Mas, e a MPB ?
Gosto de muita coisa na música brasileira, mas também desgosto de muita coisa. Confesso ser seletivo quando a letra é em Português. Não entendo o sucesso do pagode, do funk, do Zeca Baleiro e da Ana Carolina. Gosto da Marisa Monte, do Skank, do Guilherme Arantes...mas estão lá algumas entre as mais ouvidas, e pela ordem: Estrela, Estrela, de Vitor Ramil; Pela Internet, de Gilberto Gil; e Resposta, do Skank. Uma gaúcha nativista, uma nordestina e uma balada mineira. Ninguém pode me acusar de ser regionalista. Música boa não tem nacionalidade.

2 comentários:

  1. Luiz

    Uns dos melhores inicio de show que já ouvi é do Yes no álbum Yessongs, começa com um play back do Pássaro de Fogo de Stravinsky, e a banda emenda a Siberian Khatru, de forma vibrante.

    Eu nunca prestei muito atenção ao Rock Metal, mas algum tempo atrás descobrí meio por acaso uma vertente chamada de Metal Sinfônico ou Metal Gótico. Bandas com uma guitarra pesada e algumas músicas com arranjos sinfônicos ao estilo do progressivo, inclusive com umas "calminhas acústicas", Mas a principal característica é ter uma vocalista linda para cacete com voz de soprano, combinação interessante. Destaco as seguintes belezuras: a finlandesa Tarja Turunen, as holandesas Sharon Den Adel e Simone Simmons, está última então é um caso sério, veja só:

    http://www.youtube.com/watch?v=tSBIg4_hWuI

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  2. Oi Amor,
    como vc sabe, eu tenho o mesmo gosto musical que vc. Agora... dá um desconto para a Ana carolina, vai? (rsrsrs)
    Te escrevi ontém umas coisas no seu blog, não sei nem se é o lugar certo... vc sabe que eu sou uma péssima internauta. Acho que não apareceu. Que pena! Foi um pensamento sobre idade e talvez vc gostasse de ler. Bjs

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