quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Eu sou a Regina Duarte da vez !!!

Regina Duarte, na campanha de 2002 provocou polêmica ao dizer que tinha "medo do Lula". O futuro mostrou que salvo uma mudançazinha aqui, outra ali, um bolsa-aqui, um bolsa-acolá, o governo Lula se transformou numa continuação do programa do governo de FH, aliás, muito mais democrático em termos de governo, pois o plano de FH não tinha a assinatura FH. E Regina virou caricatura com seu medo.
Já o do PT, como disse, continuísta em 90%, tinha uma impressão digital ( assinatura do Lula) e mais, no máximo, três: Pallocci, Dirceu e Dilma. Os dois primeiros foram afastados por corrupção. A terceira virou a xerife do espólio. E Lula deu sorte. Surfou num momento de tranquilidade financeira internacional e ao afastar os temores de investimentos no Brasil, ao adotar um discurso beócio-populista-moderado, tranquilizou. O Brasil estava com fundamentos da economia bem montadinhos depois do sufoco de janeiro de 1999 ( diga-se de passagem, alicerçado em cabeças com pouca afinidade ideológica como Malan, Fraga ( um capitalista de alta patente), Ciro Gomes ( memória curta a nossa, não) entre outros.
Lula, sem candidato, jogou na mesa Dilma. Uma técnica de gabinete, brilhante em planos, principalmente de assaltos. Aliás, o Planalto, com Dilma e Franklin Martins virou casa de asilo de ex-terroristas. Admiro a coragem deles de, nos anoas de chumbo, enfrentar o então Poder constituído. Mas coragem e inconformismo semi-juvenil não levam a muita coisa, como aliás, não levou, e na minha visão está longe de credenciar alguém para ser gestor público.
Dando um salto para 2010, vemos os institutos de pesquisa apontando a vitória da simpaticíssima Dilma ainda no primeiro turno. Relaxei e gozei. Afinal supositório geral, na pior das hipóteses, no dos outros é consolo. Eu me dou mal, mas relativamente não. Porque todo mundo se dá mal. É um consolo idiota, concordo. Mas leva à resignação, pelo menos.
Mas os nossos institutos de pesquisa são muito precisos, como se sabe, e a margem de tolerância se aplicou nos limites. Dilma para baixo, Serra para cima. Um improvável segundo turno então aconteceria. Isso se repetiu em outros estados. Noves fora os erros meio grosseiros, a fase agora era outra. A exposição da Dilma iria aumentar. Na mídia, em discursos, em debates.
Aí eu virei a Regina Duarte. Fiquei com medinho. Dilma é um factóide mal feito, mal preparado, intolerante, deselegante, e o PT, uma polícia partidária no melhor estilo Nazista.
Hoje, o candidato da oposição José Serra fazia campanha na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nesta eleicão ainda não havia sido registrada nenhuma pancadaria entre correligionários de partidos diferentes. As caminhadas, os eventos de campanha, por mais ridículos e insípidos que sejam, não replicaram o encontro da torcida do Palmeiras e do Corinthians, ou do Vasco e do Flamengo na entrada no estádio, desandando em confusão, xingamentos e o mais baixo, de tudo, agressões físicas.
Pois bem. Serra caminhava num ambiente tenso, afinal, por vários motivos, a região tem miltância petista  efetiva. Procurei explicações em Tropa de Elite 2. Tive surtos de epifania, mas o filme deixa vácuos, mas enfim, lá, sabe porque cargas d'água, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, há militância petista feroz, para usar adjetivo suave.
Bem, a certo ponto, o pau roncou na casa de Noca. Impossível atribuir a confusão a desavenças entre militantes do PSDB. Coincidência ou não, a militância petista entrou em cena, truculenta. Se a careca do Serra arranhou ou ele teve traumatismo craniano, é irrelevante. Trata-se de agressão a um candidato num estado democrático. Isso é inconcebível. Patrulhar campanha, provocar distúrbios e afins me parece um método chavista de praticar democracia, uma contradição em termos, óbvio.
Essa truculência denota medo. medo justifica muita coisa. A militância petista deve estar preocupada com uma derrota da Dilma. Como se sabe. O governo democrático do PT não passou de loteamento político de tudo. De empresas estatais, a ONGS, a escolha de fornecedores do Governo. Para os amigos, tudo. Para os inimigos, porrada.
E como tenho uma visão que acho que é maior que dois palmos além do meu próprio nariz, creio que um governo Dilma não mudará essa ação entre amigos e ainda por cima com um "amigão"de mãos dadas que é o balcão de negócios que atende pelo nome de PMDB.
O recrudescimento da campanha, a ponto de se sentar a porrada num candidato, mostra que a motivação não é ideológica. É de jogo de poder baixo, sórdido, de toma-lá-dá-cá.
E encarenei Regina Duarte de 2002. Estou com medo. Medo do patrulhamento, de reações adversas, de colocar gente no ostracismo por que "não é dos nossos", de boicote a órgãos de imprensa, do uso de outros órgãos de imprensa ( e poderia citar mas não quero ser leviano) para plantar notícias que desqualificam a oposição, enfim, da subversão no limite da legalidade e no extremo da cara-de-pau de princípios democráticos.
Meu período de ócio me permitiu um trabalhinho de reportagem. Nos Estados onde o PT ganhou o governo no primeiro turno, há temor. Principalmente onde há forte economia rural. No Rio Grande do Sul, o número de membros do MST praticamente dobrou em dois meses. Não devem estar lá para tomar chimarrão. Na Bahia, no oeste baiano, unhas são roídas, embora o Nordeste seja alvo pouco visado da milícia terrorista rural oficial subvencionada.
Deixemos de hipocrisia. O MST é o braço maoísta truculento da truculência do PT.
Não há espaço para isso hoje no Brasil. Vote em Dilma e alinhe-se a Evo Morales, e, principalmente Hugo Chávez, onde o nacionalismo legitima tudo. Até cacetada no candidato oposicionista.
Virei Regina Duarte versão 2010.

2 comentários:

  1. Muito bom, LV. Que bom que não sou a única "Regina Duarte" a andar por aí. Estava começando a me sentir meio mal por isso.

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  2. Acredito que não preciso dizer o que penso do que escreve. Muito menos se concordo com o que disse aqui. Então, apenas para ilustrar: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2010/10/22/pescador-em-perigo-334539.asp

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