2010 pretende ser um marco da aproximação da Fórmula 1 de um público maior. Muita coisa aconteceu: trocas de pilotos, volta de Schumacher, criação de uma nova equipe de fábrica ( nova e velha ao mesmo tempo, a Mercedes), entrada de mais três equipes e, para variar, mudança no regulamento.
De tudo isso, acho que quatro aspectos merecem destaque.
O primeiro é a volta de Schumacher. Esta foi tipicamente para atarir público, embora o maior vencedor da F1 de todos os tempos tenha se aposentando de forma um pouco precoce. É inegável o apelo de Schumacher voltando a correr com feras como Raikkonen, Alonso, Button, Hamilton, Massa, Vettel e Kubica. Não tão feras quanto ele, Schumacher, mas que estão em pleno ritmo. Schumacher deixa de lado as experiências meio dolorosas com motos e a participação em eventos festivos para encarar de novo 1 hora e meia de pista em ritmo forte. Acredito num Schumacher forte e que até deve ganhar corridas, mas não acredito num Schumacher dominante. Acho que ele deve experimentar algumas posições intermediárias nos grids de largadas. Mas não me convençam que a dupla Brawn-Michael não pensará muito sobre a novidade do ano, que aproveito o ensejo, para começar a explicar o que penso.
Os carros estão sendo apresentado com grandes novidades aerodinâmicas. Ferrari e McLaren seguiram caminhos distintos na parte de cima do carro e parecidos na parte de baixo. A Mercedes não pode ser analisada. O carro mostrado nada mais era que um modelo 2009 com pintura nova. A Renault mostrou um carro semelhante à McLaren. Por baixo, por mais que as fotos estivessem proibidas e os difusores escondidos, acho difícil que a solução se diferencie da "sacada Brawn" de 2009, logo facilmente adaptada pela Red Bull, copiada com algum sucesso pela McLaren e sem sucesso pela Ferrari. Além disso, o conjunto aerodinâmico dianteiro de todos parece, com algumas diferenças pequenas com o que a Red Bull fez em 2009. Na parte superior, a McLaren, no entanto, inovou. Mudou as tomadas de ar para os radiadores de dimensão e posição e colocou uma barbatana que alguns carros já exibiam em 2009, mas que, nesse ano vem radical, quase engolindo o aerofólio traseiro. A carenagem do motor é diferente. Por causa das tomadas de ar redimensionadas, a McLaren não pode "enclausurar" seu motor num espaço restrito. Logo a parte traseira da McLaren tem mais aletas para conduzir o fluxo de ar e a Ferrari adotou a solucão "Red Bull 2009", com uma carenagem que quando se vê, mal se acredita que ali dentro vai um V10 de 3 litros. A Renault foi no meio termo: colocou a super-barbatana e afunilou a carenagem traseira.
Acho que o espírito de Colin Chapman pode aparecer nessas mudanças, mas me chama mais atenção o terceiro ponto que gostaria de abordar: em 2010 não haverá reabastecimento.
Com isso os carros largarão com peso alto, maior que em 2009, e consequentemente exigindo mais do piloto e pneus. No primeiro terço de uma corrida, os tempos serão altos e vai valer quem conseguir ser rápido e poupar equipamento, coisa que esses detalhes aerodinâmicos, a menos que alguma inovação tipo Colin Chapman apareça, deverão incrementar pouco a performance. Nos dois terços seguintes, vai valer muito os pneus escolhidos, o estilo de guiar do piloto e aí sim, a aerodinâmica entra em cena, pois os tempos começarão a abaixar. Essa mudança no regulamento me parece muito mais importante na concepcão de um projeto e de estratégia de corrida que barbatanas e assemelhados. Isto porque a possibilidade de ajustar o equilíbrio de peso do carro conforme a pista vai valer e muito no acerto final.
E os tanques de combustível são uma espécie de lastro variável, que começa pesado e, deseja-se, termine muito leve, sem prejuízo do equilíbrio. Quem matar essa charada vai sair na frente. E. dentro dos carros ninguém viu ainda.
Por fim, o aumento das equipes. Lotus, USF1 e Campos entram aumentando o número de carros. Sinceramente, creio que as três farão figuração. A Lotus ( que não tem nada a ver com a antiga Lotus, só o nome) vem mais capitalizada, mas sem tradição em competições de ponta. A USF1 é uma daquelas tentativas de Bernie Ecclestone te atrair público no Estados Unidos. Trata-se de uma equipe tão esquisita que a FIA teve de vistroriar circuitos nos Estados Unidos, escolhendo um no Alabama, para a USF1 "economizar" nos testes pré-temporada. A Campos, que tentou usar o Bruno Senna como jogada de marketing, já declarou que não tem dinheiro nem para pagar os chassis Dallara...Dallara ??? Bem, vejamos a aventura do empresário espanhol Adrian Campos em que pode terminar.
As opções deste ano então são maiores em tudo. Em estratégia, em pilotos candidatos ao título, em equipes, em solucões e no desenrolar das corridas. E é uma temporada longa cheia de corridas que só serão vistas pela TV, como China, Malasia, Bahrein, Abu Dhabi. Vamos conferir se a F1 reverte a tendência de desinteresse dos últimos três anos
All the things I achieved in my life haven't been done by myself, exclusively. O owe a lot to my beloved friends. I've done a lot alone, but at the end of the day, people around made me better or worse. I can't write regularly without the help of my friends. They inspire me. I hope you all feel comfortable in this space.
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domingo, 31 de janeiro de 2010
domingo, 23 de agosto de 2009
Domingo de Grand Prix, dos 8 aos 100
Hoje, 23 de agosto de 2009, num exílio forçado longe de casa, resolvi dedicar a manhã a um descanso no isolamento do hotel, e assistir com calma à final do Grand Prix 2009 de vôlei feminino, no Japão, e o Grand Prix da Europa de Fórmula 1, na pista urbana de Valencia, na Espanha.
Depois de um sábado de visita à gigantesca festa do Peão de Boiadeiro de Barretos resolvi que iria dedicar um texto a esta manifestação cultural estranhíssima para um carioca, mas que não foi uma experiência exatamente ruim. Isso será assunto de um outro Blog.
O adiamento da missiva sobre a festança caipiro-rural-sertanejo-pop-cult-kitsch foi decidido há minutos.
Quando liguei a televisão, às 7:00 não poderia imaginar que iria assistir a dois momentos marcantes do esporte brasileiro. Quatro horas depois, haviam dois assuntos mais urgentes que a festa de Barretos, e atendendo, por curiosidade, pelo mesmo nome: Grand Prix, ou Grande Prêmio, em francês.
Não faço a mais vaga ideia de porque o equivalente à Liga Mundial de Vôlei masculina, na versão feminina recebe o nome de Grand Prix. Na Fórmula 1, o nome remonta ao início do século passado, quando as corridas de automóveis não tinham exatamente campeonatos, mas uma corrida por país por ano, desde 1906, era chamada de Grande Prêmio do país. Como o primeiro foi na França, ficou Grand Prix. A Fórmula 1 quando se organizou como campeonato em 1950, firmou o nome de Grand Prix, ou sua rubrica GP, em cada corrida.
E o domingo começou com o jogo final entre Brasil e Japão, pelo GP de vôlei feminino. Com a vitória da Rússia por 3 a 0 sobre a Holanda, restava ao Brasil vencer, por qualquer placar, mas vencer. E o jogo começou complicado, com o time japonês sacando muito bem e demolindo a defesa brasileira. Perto do final do set, com uma inversão 5-1, a nissei Anna Tienne, que acabara de entrar, fez uma defesa daquelas de cinema, o time cresceu e...bola para a Sheilla, que virou tudo. O Brasil passou a frente no placar só na casa dos 19 pontos e faturou. O segundo set foi mais complicado ainda. Mari, aniversariante do dia, estava mal na recepção e no ataque. Jogo equilibrado e o Japão venceu por 27 a 25. No terceiro e quarto sets, o normalmente calmo José Roberto Guimarães coçava a cabeça num estilo Bernardinho, mas mexia no time de forma perfeita. Entraram Sassá e Fabiana, o bloqueio brasileiro cansou as japonesas e a líbero Fabi defendeu muito. E, para variar, Sheilla virou tudo. Sem sustos, venceu o jogo.
Foi a oitava conquista brasileira na competição. E Sheilla eleita a melhor do campeonato.
O vôlei brasileiro é um fenômeno. Domina as quadras e as praias e produz talentos como nenhum outro. Sheilla não é uma novata, mas há muito que vem jogando muito bem. Agora teve o reconhecimento devido. E foram oito conquistas da competição mais importante do vôlei, depois do campeonato Mundial e das Olimpíadas, mas que é a mais cansativa delas.
Aí, quase sem pausa, começa o GP de Fórmula 1, em Valencia, com Rubinho em terceiro. Era a primeira corrida depois que a mola do Rubinho foi parar na testa do Massa. Só tinha o Rubinho para torcer mesmo. Isso foi até motivo de comentários maldosos durante a semana. O velho Barrica largou em terceiro atrás das Mc Laren. Não ultrapassou nenhuma das duas, mas atualmente, sendo rápido na hora certa, e se o cidadão que vai à frente der uma bobeada, uma paradinha no posto de gasolina faz ganhar posições. E, a 19 voltas do fim, lá estava o Rubinho em primeiro. Só perderia por falta de sorte, coisa que, aliás, os brasileiros andam esbanjando.
Na hora pensei: e se o Schumacher tivesse corrido ? Ia cumprimentar o Rubinho ? E o Massa sendo homenageado no capacete do Rubinho ? E quem disse que o Rubinho era um piloto aposentado em atividade ? Estaria pensando o que ? Mas o mais importante nessas 19 voltas era a contagem regressiva para ver, pela centésima vez, um brasileiro vencer na Fórmula 1. E ver um esportista tendo a chance de mudar seu legado.
Se me dissessem, de 2006 para cá, que a honra da centésima vitória brasileira caberia ao Rubinho, eu certamente duvidaria. Mas o mundo gira, a Lusitana roda, e o circo da Fórmula 1 tem suas mulheres barbadas e seus palhaços. Estas 19 voltas separavam Rubinho de escapar da pecha de atração de circo, para fazer história. Foi tranquilo. 19 voltas controlando o Hamilton.
E tem Rubinho no lugar mais alto do pódio, o que era muito improvável há um ano atrás. Mas tem mais que isso. Ao subir lá em cima, o piloto brasileiro da Fórmula 1 mais ironizado de todos os tempos venceu a mítica centésima corrida para Pindorama. E de quebra, sua décima vitória particular. Rubinho deixou de ser o palhaço instantaneamente e foi o trapezista, foi o mágico, foi outra atração mais nobre do circo.
E façam as contas. Emerson Fittipaldi ganhou 14 corridas, José Carlos Pace ganhou 1, Nelson Piquet (pai) ganhou 23, Ayrton Senna ganhou 41, Felipe Massa ganhou 11. Com as dez do Rubinho: 100.
100 GP´s na Fórmula 1. 8 GP´s no vôlei feminino. Nos números, uma manhã marcante. Para alguns esportistas, um dia especialíssimo.
Sheilla, reconhecida. Rubinho, redimido.
O surgimento e a recuperação, aos 8 e aos 100.
Depois de um sábado de visita à gigantesca festa do Peão de Boiadeiro de Barretos resolvi que iria dedicar um texto a esta manifestação cultural estranhíssima para um carioca, mas que não foi uma experiência exatamente ruim. Isso será assunto de um outro Blog.
O adiamento da missiva sobre a festança caipiro-rural-sertanejo-pop-cult-kitsch foi decidido há minutos.
Quando liguei a televisão, às 7:00 não poderia imaginar que iria assistir a dois momentos marcantes do esporte brasileiro. Quatro horas depois, haviam dois assuntos mais urgentes que a festa de Barretos, e atendendo, por curiosidade, pelo mesmo nome: Grand Prix, ou Grande Prêmio, em francês.
Não faço a mais vaga ideia de porque o equivalente à Liga Mundial de Vôlei masculina, na versão feminina recebe o nome de Grand Prix. Na Fórmula 1, o nome remonta ao início do século passado, quando as corridas de automóveis não tinham exatamente campeonatos, mas uma corrida por país por ano, desde 1906, era chamada de Grande Prêmio do país. Como o primeiro foi na França, ficou Grand Prix. A Fórmula 1 quando se organizou como campeonato em 1950, firmou o nome de Grand Prix, ou sua rubrica GP, em cada corrida.
E o domingo começou com o jogo final entre Brasil e Japão, pelo GP de vôlei feminino. Com a vitória da Rússia por 3 a 0 sobre a Holanda, restava ao Brasil vencer, por qualquer placar, mas vencer. E o jogo começou complicado, com o time japonês sacando muito bem e demolindo a defesa brasileira. Perto do final do set, com uma inversão 5-1, a nissei Anna Tienne, que acabara de entrar, fez uma defesa daquelas de cinema, o time cresceu e...bola para a Sheilla, que virou tudo. O Brasil passou a frente no placar só na casa dos 19 pontos e faturou. O segundo set foi mais complicado ainda. Mari, aniversariante do dia, estava mal na recepção e no ataque. Jogo equilibrado e o Japão venceu por 27 a 25. No terceiro e quarto sets, o normalmente calmo José Roberto Guimarães coçava a cabeça num estilo Bernardinho, mas mexia no time de forma perfeita. Entraram Sassá e Fabiana, o bloqueio brasileiro cansou as japonesas e a líbero Fabi defendeu muito. E, para variar, Sheilla virou tudo. Sem sustos, venceu o jogo.
Foi a oitava conquista brasileira na competição. E Sheilla eleita a melhor do campeonato.
O vôlei brasileiro é um fenômeno. Domina as quadras e as praias e produz talentos como nenhum outro. Sheilla não é uma novata, mas há muito que vem jogando muito bem. Agora teve o reconhecimento devido. E foram oito conquistas da competição mais importante do vôlei, depois do campeonato Mundial e das Olimpíadas, mas que é a mais cansativa delas.
Aí, quase sem pausa, começa o GP de Fórmula 1, em Valencia, com Rubinho em terceiro. Era a primeira corrida depois que a mola do Rubinho foi parar na testa do Massa. Só tinha o Rubinho para torcer mesmo. Isso foi até motivo de comentários maldosos durante a semana. O velho Barrica largou em terceiro atrás das Mc Laren. Não ultrapassou nenhuma das duas, mas atualmente, sendo rápido na hora certa, e se o cidadão que vai à frente der uma bobeada, uma paradinha no posto de gasolina faz ganhar posições. E, a 19 voltas do fim, lá estava o Rubinho em primeiro. Só perderia por falta de sorte, coisa que, aliás, os brasileiros andam esbanjando.
Na hora pensei: e se o Schumacher tivesse corrido ? Ia cumprimentar o Rubinho ? E o Massa sendo homenageado no capacete do Rubinho ? E quem disse que o Rubinho era um piloto aposentado em atividade ? Estaria pensando o que ? Mas o mais importante nessas 19 voltas era a contagem regressiva para ver, pela centésima vez, um brasileiro vencer na Fórmula 1. E ver um esportista tendo a chance de mudar seu legado.
Se me dissessem, de 2006 para cá, que a honra da centésima vitória brasileira caberia ao Rubinho, eu certamente duvidaria. Mas o mundo gira, a Lusitana roda, e o circo da Fórmula 1 tem suas mulheres barbadas e seus palhaços. Estas 19 voltas separavam Rubinho de escapar da pecha de atração de circo, para fazer história. Foi tranquilo. 19 voltas controlando o Hamilton.
E tem Rubinho no lugar mais alto do pódio, o que era muito improvável há um ano atrás. Mas tem mais que isso. Ao subir lá em cima, o piloto brasileiro da Fórmula 1 mais ironizado de todos os tempos venceu a mítica centésima corrida para Pindorama. E de quebra, sua décima vitória particular. Rubinho deixou de ser o palhaço instantaneamente e foi o trapezista, foi o mágico, foi outra atração mais nobre do circo.
E façam as contas. Emerson Fittipaldi ganhou 14 corridas, José Carlos Pace ganhou 1, Nelson Piquet (pai) ganhou 23, Ayrton Senna ganhou 41, Felipe Massa ganhou 11. Com as dez do Rubinho: 100.
100 GP´s na Fórmula 1. 8 GP´s no vôlei feminino. Nos números, uma manhã marcante. Para alguns esportistas, um dia especialíssimo.
Sheilla, reconhecida. Rubinho, redimido.
O surgimento e a recuperação, aos 8 e aos 100.
sábado, 27 de junho de 2009
Valentino é 100 !!!
Hoje, no circuito de Assen, na Holanda, Valentino Rossi conquistou sua centésima vitória. Não, não foram todas na Moto GP. Esse número foi atingido desde as 50 cc. Isto diminui o mérito de "The Doctor" ( o verdadeiro codinome dele nas pistas...nunca ninguém o chamou de Bambino d'Oro, como insistiram aqui no Brasil) ? Claro que não. Afinal, o sujeito deu pouco mais de 200 largadas na vida.. Ou seja, um percentual de 50% de vitórias !!! E, se somarmos os pódiuns, o percentual do Valentino é de quase 75% !!!
Me digam se houve algum fenômeno do esporte a motor mais eficiente, pois gostaria de conhecê-lo. De cabeça, lembro de alguns.
Nas motos, tivemos Giacomo Agostini e o incrível Mike Hailwood. Este último, nem tão dominante quanto os dois italianos já mencionados, foi o único que ganhou os mundiais de 125 cc, 250 cc e 500 cc no mesmo ano !!! Mike, the Bike, era seu apelido.
Na Fórmula 1 tivemos Schumacher. Na Nascar alguns loucos conseguiram atingir mais de 80 vitórias, como por exemplo o Dale Earnhardt, Sr.
Mas ganhar 50% das provas que largou ?
Para entender Valentino seria necessário escrever algo mais que poucas linhas. Filho de motociclista, popular no mundo todo, italiano que emigrou para Londres mas nunca deixou de honrar seu país, herói na Honda, Ducati e na Yamaha, tatuado, cheio de brincos, simpático, que anda na rua de moto sem segurancas, e antes tarde do que nunca, estudante ocasional de medicina. Mas será por esta última característica que vem seu apelido "The Doctor" ?
Seus adverários na pista devem ter a resposta.
Parabéns, Valentino. O panteão dos esportes a motor tem lugar de honra para você.
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