Chega ! Virou insulto à inteligência de qualquer pessoa ouvir o Presidente Luis Inácio Lula da Silva falar em público. E ele gosta de falar em público. Acho até que é a única coisa que faz.
Mas hoje minha tolerância e até um certo grau de gosto pelo exótico em ver o primeiro mandatário de meu país, um imbecil quase completo em se tratando de Língua Portuguesa e quase mais completo ainda em se tratando de retórica e formação de ideia, falando em metáforas infantis e usando de um improvável carisma para politicamente conduzir a patuleia ( e não a plateia) às ideias que ele gosta de emanar, foram embora de vez. O sujeito é um incompetente para o cargo que ocupa. Quiçá para operar tornos-mecânicos também o seja.
Passei dois dias rodando Rio de Janeiro e Niterói depois das chuvas de início de abril de 2010.
Posso testemunhar que o que vi foi o cenário mais assustador e desolador a chegar tão próximo de mim em toda minha vida.
Hoje, voltando de Niterói, cidade literalmente tomada pelo medo de tudo, medo de chuva, de ladrão, de polícia, de teto, de sem-teto, de atravessar a rua, de pisar em buraco e até de tentar fugir, refletia sobre o comportamento do Poder Público em situações de exceção no Brasil. Mas o rádio do automóvel em que eu estava atravessando a Ponte e deixando Niteroi para trás de repente me anuncia uma declaração do Presidente.
Esta declaração provocou em mim um efeito típico de raiva súbita que muito bem conheço, e que meu metabolismo em acordo com meu auto-controle ao longo dos anos, me fazem perceber rapidamente: minhas orelhas esquentam.
O Presidente disse que as chuvas e as perdas de vidas eram lamentáveis mas pelo menos serviam de exemplo para os governantes fazerem sua parte. Parou em sua parte, sem dizer qual. Minhas orelhas aqueceram.
Vamos lá, meu caro Luís Inácio. Desde quando estação do ano, chuva e deslizamento de terra é coisa inédita por aqui ? Nossos verões ocorrem de 40 em 40 anos ? As fortes chuvas só ocorrem uma vez a cada século em várias regiões do País ? Bem...desculpe se eu entendi mal, mas para servirem de exemplo devem ter um caráter de improbabilidade e de despreparo para o gerenciamento justamente por ser improvável. Ou serve de exemplo alguma coisa corriqueira, como vídeos de gente guardando dinheiro na cueca ?
Essa enchente de 2010 está nos remetendo a 1966, repito 1966...44 anos...nesses 44 anos foram pelo menos mais uns duzentos exemplos que tivemos, só no Rio de Janeiro. Então, ESTE agora serve de exemplo ? Não, não é possível. O senhor não sabe o que significa exemplo. Não sabe nada de urbanismo. Não entende nada do clima sub-tropical de boa parte do Brasil. Infelizmente, senhor Lula, como gosta de ser chamado, vá estudar um pouco antes de tentar seu terceiro mandato daqui há quatro anos, pelo bem de todos nós, seu inclusive, pois o saber enriquece o viver. Minhas orelhas mostravam vermelhidão.
Outra coisinha...que governantes ? O senhor é o que ? Não está nesta lista ? Ou só se inclui em boas novas para a patuleia ? É o seguinte: nunca antes na História deste país emprestamos dinheiro para o FMI. Boa ! Mas nunca antes na História deste país os gastos públicos foram tão altos em proporção ao PIB. Outro exemplo para governantes, tirando o senhor claro, já que foi no seu Governo que atingimos esse recorde fantástico. E o que é pior, as consequências do deficit público tem seu preço pago a posteriori. Não será o senhor, senhor Lula que o pagará. Minhas orelhas estavam em brasa.
Para mim, chega. Infelizmente, brinquei muito com seu jeito deseducado, seu linguajar impróprio, sua ignorância voraz, suas concordâncias nominais inexistentes. Brinquei mesmo, porque é ridículo. Agora vou combater. Vou combater porque é injusto com quem foi menosprezado tendo sua morte ou a perda de sua casa tratada como exemplo. Vou combater porque acho que mereço um Presidente com quem eu, que me considero de inteligência mediana e sou apenas um cidadão normal, com quem eu consiga conversar cinco minutos. Com o senhor tenho certeza que não consigo.
É inadmissível encarar mais de 200 mortes como "exemplo". É impossível ser tão pouco articulado. É impossível que nunca antes na História deste País tenhamos um Presidente tão pouco esclarecido.
Chega ! Ou eu perco minhas orelhas.